Grávida fazendo um plano de parto e planejando a chegada do bebê

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Plano de parto: o que é, qual a importância e como fazer

O ambiente, os cuidados médicos, a acompanhante, a posição mais confortável no momento das contrações, a possibilidade de decidir sobre cortar ou não o cordão umbilical e como passar o primeiro minuto após o nascimento do seu pequeno.

Já pensou em escrever como você gostaria que fosse seu parto?

Pois saiba que isso é possível por meio de um documento chamado plano de parto.

Neste artigo vamos esclarecer o que é, para que serve, quais os benefícios, o que deve ter e
como elaborar um plano de parto.

Tudo isso de forma simples e eficaz. Confere com a gente!

 

O que é plano de parto?

Em poucas palavras, o plano de parto é um documento no qual ficam registrados, por escrito,
todos os desejos da futura mamãe em relação aos aspectos que envolvem o parto, bem como os primeiros cuidados com o recém-nascido.

É uma espécie de guia feito pela gestante com o auxílio do seu médico ou doula, ainda durante a
gravidez, com o intuito de deixar claro quais são as preferências dos pais quanto à assistência hospitalar e médica.

O objetivo é assegurar que você, futura mamãe, tenha uma assistência de qualidade, um parto
único e uma experiência individualizada, com toda a atenção e o cuidado que o momento merece.

 

Quem tem direito ao plano de parto?

Em primeiro lugar, é importante deixar claro que esse é um documento legal, reconhecido pelo
Ministério da Saúde e recomendado pela Organização Mundial da Saúde – OMS.

Portanto, toda a gestante tem o direito a escrever esse documento, juntamente com o profissional que a está acompanhando. Ele deve, inclusive, ser discutido durante toda a gravidez e assinado por ambas as partes.

O que diz a Lei nº 11.108/2005?

Ela garante o direito da mulher escolher uma pessoa para acompanhá-la durante o trabalho de
parto, parto e pós-parto. E isso é independente do convênio médico ou da utilização dos serviços do Sistema Único de Saúde – SUS.

 

Para que serve?

O plano de parto é uma forma de garantir todo o suporte físico, técnico e emocional durante o
processo do parto.

Além das preferências da gestante, o documento amplia o conhecimento em relação aos
procedimentos médicos a serem executados, bem como evidências científicas comprovadas e mais atualizadas.

A futura mamãe pode, por exemplo, optar pelo acompanhamento de uma doula da sua confiança, o
que garantirá um maior conforto emocional durante todo o processo.

Pode também escolher quem será seu acompanhante, se gostaria ou não de usar medicação para
aliviar a dor ou induzir ao parto, a posição em que se sente mais confortável (deitada, sentada ou em pé), entre outros aspectos.

 

Quais os benefícios?

Os benefícios de elaborar o documento são muitos. Entre eles:

  • Melhorar a comunicação entre a gestante, a equipe médica e a maternidade;
  • Alinhar as expectativas em relação ao tipo de parto e intervenções a serem realizadas;
  • Esclarecer todas as dúvidas possíveis sobre o parto, ainda durante a gestação;
  • Aumentar o conhecimento da mulher em relação às fases do parto, fisiologia do corpo e intervenções hospitalares
    que podem ser realizadas;
  • Possibilitar a participação ativa e a tomada de decisão das gestantes no processo do parto e nos primeiros
    cuidados com o bebê;
  • Reduzir o número de cesáreas desnecessárias;
  • Diminuir a dor durante o trabalho e o parto natural;
  • Melhorar o escore do bebê;
  • Aumentar a satisfação das mulheres em relação ao parto e pós-parto imediato.
 

O que saber antes de fazer seu plano de parto?

Informação e conhecimento são as bases para um bom plano.

Livros e cursos preparatórios com doulas ou enfermeiros obstetras podem ajudar muito a compreender o que acontece no corpo da mulher durante as fases do parto e as principais intervenções médicas de rotina.

Para quem não tem acesso, a internet disponibiliza uma série de materiais gratuitos e de qualidade sobre o tema.

Além disso, é importante conversar com o médico durante todo o pré-natal e esclarecer as dúvidas.
Você também pode pesquisar evidências científicas atualizadas, levar até ele e falar sobre suas preferências baseadas nessas informações.

Não esqueça de discutir o plano de parto também com o seu acompanhante, para que ele tenha conhecimento sobre o processo e possa apoiá-la em todos os momentos e decisões.

 

O que o plano de parto deve ter?

O documento deve conter todas as preferências da futura mamãe, como:

  • local escolhido para o parto;
  • nome do acompanhante e grau de parentesco (direito garantido por lei);
  • doula (caso tenha);
  • quem será a equipe médica (plantonista ou equipe contratada pela gestante);
  • indução ou não do parto ao final da gestação;
  • indução ou não do parto em caso de ruptura espontânea da bolsa;
  • realização ou não de cesárea;
  • posicionamento da futura mamãe em relação às intervenções durante o trabalho de parto;
  • preferências pessoais em relação ao ambiente;
  • posicionamento em relação às primeiras intervenções no recém-nascido.
 

Como elaborar?

O documento pode ser feito em formato de carta ou lista, como a mamãe considerar mais adequado.

Para facilitar, as informações podem estar divididas de acordo com as etapas: trabalho de
parto, parto, pós-parto e primeiros cuidados com o bebê.

Não esqueça de descrever exatamente o que você deseja ou não em relação a cada procedimento.

 

1. Trabalho de parto

Durante o trabalho de parto, você gostaria de:

  • ter liberdade para comer e ingerir líquidos;
  • ficar em jejum;
  • caminhar e se movimentar;
  • ficar deitada;
  • ter monitoramento fetal somente quando necessário e não de forma contínua;
  • estar em um ambiente com pouca ou muita luminosidade;
  • estar em um ambiente com pouco ou muito barulho;
  • escolher quanto ao uso de soro com ocitocina ou outros hormônios de indução, analgésicos ou antibióticos;
  • escolher quanto à ruptura de membranas (amniotomia) para acelerar o trabalho de parto;
  • solicitar ou não o uso de medicamentos para o alívio da dor;
  • optar pelo uso de métodos não farmacológicos para o alívio da dor, como: caminhadas, agachamentos, massagem,
    banho, entre outros.
  • realizar ou não tricotomia (raspagem dos pelos pubianos);
  • realizar ou não enema (lavagem intestinal).
 

2. Parto

Na hora do parto, você gostaria de:

  • fazer força sempre que sentir vontade;
  • ser orientada para fazer força nos momentos mais adequados;
  • não acelerar o nascimento com alguém empurrando a barriga para baixo;
  • escolher como estará o ambiente e quem estará presente;
  • sentir ou visualizar a cabeça do bebê logo que ele coroar;
  • escolher a posição em que deseja ficar para o nascimento;
  • decidir quanto à episiotomia (corte ou não do períneo).
 

3. Após o parto

Logo após o parto, você gostaria de:

  • aguardar a expulsão espontânea da placenta, sem manobras, tração ou massagens;
  • obter ajuda para a placenta sair, como recomenda a Organização Mundial da Saúde;
  • receber ocitocina para prevenir hemorragias, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde;
  • ver seu acompanhante cortar o cordão umbilical;
  • deixar a equipe médica cortar o cordão umbilical.
 

4. Cuidados com o bebê

Nos primeiros momentos com o bebê, você gostaria de:

  • pegar no colo imediatamente;
  • tentar amamentar na primeira hora;
  • ficar o máximo de tempo possível com o bebê no colo e na sala de recuperação, sem interrupções (lembrando que a rotina do hospital também precisa ser respeitada).
 

Quando começar a fazer o plano de parto?

Não há uma regra, mas é importante que o plano de parto seja elaborado durante o acompanhamento
pré-natal.

Isso porque a futura mamãe ou o casal pode contar com a ajuda do médico na elaboração do
documento, bem como no esclarecimento de todas as dúvidas e o que poderá ou não ser atendido.

Outro ponto fundamental, é visitar a maternidade escolhida para o parto e verificar o plano de assistência obstétrica com antecedência.

Alinhar expectativas pode evitar frustrações e garantir um parto feliz e seguro para a mamãe e o pequeno.

 

Quanto custa?

A elaboração do documento em si não deve ter custo adicional. É um alinhamento entre médico e
gestante, que pode ser realizado ao longo do pré-natal.

Por outro lado, as solicitações da gestante podem interferir diretamente no valor do parto.

São alguns exemplos: a definição entre parto normal ou cesárea, utilização de recursos como banheira ou acompanhamento de doula.

É importante ficar claro que algumas solicitações podem fugir da responsabilidade do médico e devem ser tratadas diretamente com a instituição na qual ocorrerá o parto.

 

Outras dicas sobre o plano de parto

Por fim, o ideal é entregar o documento impresso no momento da entrada no hospital ou maternidade e apresentar para a equipe responsável ou que está de plantão. Não há um modelo específico a ser seguido.
O documento pode ser feito da forma mais pessoal possível, de modo informal e até mesmo manuscrito.
É fundamental que o casal estude sobre o parto. Não somente a gestante, mas também seu companheiro, se possível. Em alguns momentos, ele poderá ser o porta-voz da mulher e precisa estar ciente de todo o processo e de como foi a construção do documento.

 

Modelo de Plano de parto

Agora, caso tenha interesse em um modelo de documento para guiar seu plano, clique aqui e baixe o seu.

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Você já conhecia o plano de parto e sua importância, antes de ler este artigo?

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