A cólica em recém-nascido até pode ser considerada normal nos primeiros dias de vida do bebê. Embora o chorinho muitas vezes inconsolável deixe muitos papais e mamães apreensivos, esses episódios fazem parte da evolução natural do sistema digestório dos pequenos e tendem a desaparecer após o terceiro ou quarto mês.
No entanto, conhecer as principais causas e sintomas pode ajudar a família nessa fase. Por isso, vale saber mais sobre o assunto e se preparar para transmitir toda a confiança, tranquilidade e calma que o seu bebê precisa, além de formas para aliviar o desconforto do pequeno.
O que é?
Há mais de 50 anos, Wessel conceituou a cólica em recém-nascidos com a “regra dos 3”. De acordo com ela, a cólica em bebê é caracterizada pelo choro inconsolável ou inquietação ou irritabilidade por pelo menos três horas, em três dias da semana e com duração superior a três semanas.
Ainda, a cólica em recém-nascido é considerada uma condição comum, autolimitante (costuma apresentar começo e fim) e que, de modo geral, não está relacionada a outras doenças ou cuidados inadequados dos pais. Esses episódios também não causam prejuízos à saúde do pequeno a curto ou longo prazo.
Quando acontece?
O início da cólica varia entre os bebês. Em alguns casos o pico ocorre a partir da 2ª semana de vida, enquanto em outros pode iniciar entre a 6ª e a 8ª semanas. Não há uma regra.
Outra característica diz respeito ao horário em que ela se manifesta. A tendência é que o pequeno sinta o desconforto a partir do final da tarde e à noite. As crises de cólica podem durar minutos ou horas e geralmente param de acontecer após a 12ª semana.
Como identificar o choro de cólica?
O choro é a primeira forma de comunicação do bebê e pode estar relacionado a diversas situações, como sono, fralda suja, fome, roupa apertada, frio ou calor, posição desconfortável, entre outras. Como saber, então, se o pequeno está com cólica?
Uma das formas de reconhecer é o choro excessivo e inconsolável (geralmente alto e agudo), acompanhado ou não de extensão das perninhas e bracinhos e rostinho avermelhado. Tudo isso mesmo já alimentado e trocado.
O que causa cólica em recém-nascido?
Não se sabe exatamente o que causa a cólica em bebê. No entanto, considerando que as crises desaparecem de forma espontânea nos primeiros meses de vida, acredita-se que o desenvolvimento do sistema digestório tenha grande influência nesses episódios.
Além disso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o surgimento da cólica também pode ser influenciado por outros fatores, como:
- imaturidade do sistema nervoso central;
- anormalidades em hormônios gastrintestinais;
- alteração da motilidade e na colonização do intestino;
- ambiente e aspectos biológicos, psicológicos e sociais da família;
- intolerância à lactose.
A alimentação da mãe interfere na cólica do bebê?
Embora alguns estudos considerem a ingestão da proteína do leite de vaca com a ocorrência de cólica, não há um consenso de que esses episódios estejam relacionados à dieta da mãe. Isso, porque raramente a cólica em recém-nascido é causada devido à alergia à proteína do leite de vaca (APLV).
Vale destacar, ainda, que qualquer restrição alimentar durante a amamentação deve ser orientada por médico ou nutricionista, com o intuito de evitar carências nutricionais na mãe e no pequeno.
Como evitar cólica em recém-nascido?
Por não estar claro o que exatamente causa a cólica em bebê, é difícil evitar que os episódios aconteçam. Por isso, é importante que os papais e mamães busquem o máximo de conhecimento e orientação necessária para controlar a ansiedade e aliviar o desconforto do pequeno, aumentando assim a qualidade de vida em família mesmo com as crises.
Entre as medidas que podem ser tomadas para prevenir a cólica em recém-nascido estão:
- amamentar exclusivamente com leite materno nos primeiros seis meses;
- corrigir erros de pega para evitar que o bebê sugue muito ar durante as mamadas;
- prestar atenção ao funcionamento do intestino do pequeno, se não apresenta sinais de constipação;
- evitar oferecer o peito para o bebê na hora da dor, pois o ato de sucção e a ingestão de mais alimento podem piorar o desconforto.
Nos casos em que é comprovada a alergia à proteína do leite de vaca, intolerância à lactose ou outro componente de fórmula láctea oferecida ao bebê, seguir orientação médica quanto ao uso ou suspensão desses alimentos.
Como aliviar cólica em bebê?
Algumas dicas simples, realizadas em casa, e que podem aliviar o desconforto dos pequenos são:
- pegar o bebê no colo e fazer contato direto com a barriguinha dele (segurar o pequeno de bruços apoiando a sua mão no abdômen dele ou apoiá-lo na barriga da mãe);
- enrolar a criança em uma mantinha ou cobertor, deixando-a bem aconchegada;
- realizar massagem abdominal e flexionar as perninhas do bebê sobre sua barriga;
- reduzir barulhos e estímulos, mantendo o ambiente tranquilo e com poucas pessoas, talvez com uma música ambiente suave;
- dar um banho morno ou aplicar compressas mornas na barriguinha;
- tentar estabelecer uma rotina para passeio, banho e sono;
- não dar chás ao bebê, trocar de fórmula, usar medicamentos ou fazer restrição alimentar (no caso da mãe) sem orientação médica.
Posso dar remédio para o bebê?
Existem algumas opções para aliviar o desconforto ou gases do recém-nascido. No entanto, devem ser usadas somente mediante prescrição do pediatra, com orientações específicas sobre dosagem e a forma de administração. É o caso dos probióticos. Estudos com cepas de Lactobacillus reuteri e de Bifidobacterium animalis (usados separadamente) demonstram que podem reduzir a duração do choro e acelerar a resolução da cólica do recém-nascido.
Além dos probióticos, algumas medicações também podem ser recomendadas pelo pediatra. Vale lembrar que o sistema digestório do bebê ainda está em formação e, por isso, as cólicas não podem ser prevenidas por meio de medicação. É apenas uma forma de aliviar, caso o médico considere necessário.
Quando ir ao pediatra?
É importante saber que o choro persistente e inconsolável nem sempre é sinônimo de cólica. Assim, se a situação permanecer após as tentativas de aliviar a dor ou estiver associada a outros sintomas, como febre, vômitos, perda de peso, entre outras, o pediatra deve ser consultado.
Os papais e mamães também podem procurar o médico ou profissional habilitado sempre que sentirem a necessidade de orientação em relação aos cuidados com o recém-nascido, pois quanto mais confiantes estiverem, maior será a segurança transmitida ao pequeno.
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