Após as primeiras emoções da descoberta de uma gravidez, as atenções se voltam para o que precisa ser organizado e providenciado para a chegada do pequeno. Afinal, são em média 40 semanas de gestação apenas, o que pode se tornar um tempo ainda menor, dependendo do momento em que você identifica a gravidez até o nascimento, para a série de decisões e investimentos que precisam ser realizados.
Eu descobri a minha gestação com 7 semanas e vou compartilhar com vocês por onde comecei e o porquê essa foi a minha escolha. Meu nome é Ana Paula, tenho 37 anos e estou à espera do meu primeiro filho, o Pedro. Se deseja saber mais sobre a minha experiência como gestante de primeira viagem, confira os relatos 1 e 2 do Diário da Gestante.
Estou grávida, e agora? Por onde começar?
Chá revelação, chá de fraldas ou de bebê, roupinhas, carrinho, quartinho, médico para o pré-natal, maternidade, enfim, por onde eu começo? Do dia para a noite, as felicitações pelo novo momento se transformam em um mar de dicas e sugestões de itens para comprar e o que você deve ou não deve fazer, comer, vestir, ter em casa, enfim, são palpites de todos os lados.
Com tanta informação disponível hoje e redes sociais repletas de fotos lindas para encher os olhos, fica fácil criar um universo mágico e perfeito para a gestação, com inúmeros eventos, lembrancinhas, decorações e milhares de coisas fofas. Tudo muito lindo, mas nem sempre útil.
Por isso, ao conversar com algumas mamães próximas, procurei entender não apenas o que elas fizeram, mas o que fariam diferente caso estivessem grávidas hoje. E percebi que, muitas vezes, algo considerado essencial para uma, era visto como desnecessário pela outra.
Ou seja, o meu aprendizado nessa história toda foi que não há uma regra, não há uma fórmula e cada mãe, cada bebê e cada família são únicos. O melhor é parar, pensar e refletir sobre o que faz sentido para você e para o seu parceiro, enquanto casal.
E foi isso que eu fiz.
O que faz sentido para você?
Eu sempre fui minimalista, prática e nunca gostei de festas para mim (não gosto de ser o centro das atenções). Por isso, há anos não faço festa no meu aniversário, por exemplo, porque não me sinto confortável. Prefiro fazer uma viagem, jantar fora, programar um passeio diferente ou algo do tipo com meu marido.
Seguindo essa linha de pensamento, não fazia nenhum sentido para mim fazer um chá revelação para saber o sexo do bebê. Eu superentendo que para muitas mamães compartilhar esse momento com a família e amigos, em uma festa linda, é muito importante e cheio de significados. Mas isso não combina comigo.
Assim, optei por fazer o exame de sexagem fetal, pois estava muito curiosa, aguardei o resultado sair e tive a minha revelação pela tela do computador, na minha casa, no meu cantinho e em um momento só meu. Foi perfeito (do meu ponto de vista).
Como não gosto de acumular coisas, sair comprando roupas, itens e acessórios para o pequeno também não era minha primeira alternativa. Eu queria comprar o que realmente era necessário e de forma bem pensada, para não encher o meu apartamento de coisas de bebê que eu nem sei dizer se seriam usadas ou não.
Foi aí que parei para refletir no que fazia sentido para mim. O que realmente era o mais importante na minha gestação e como eu gostaria de iniciar a minha preparação para esse momento. A conclusão foi: pelo parto. Sim, eu queria começar pelo último dia da gestação e primeiro dia com o meu bebê nos braços.
Por que optei por iniciar pelo parto?
Eu sempre tive clareza de que gostaria de passar por um parto natural. Porém, como sou uma mulher pequena, já ouvia palavras de desencorajamento mesmo antes da gravidez, como: “você é muito magrinha, terá que fazer cesárea”, “seu quadril é pequeno, o melhor é partir para uma cesárea”, “vish, seu marido é grande, melhor fazer cesárea porque o bebê será enorme”.
Assim, o meu primeiro desafio era encontrar profissionais para o pré-natal que não me olhassem dessa forma. Que me vissem como uma mulher disposta a tentar um parto natural e que me dessem todas as condições para que isso se tornasse uma realidade, mesmo que no final das contas fosse necessário ir para uma cesárea. Mas eu só não queria fazer uma cesárea logo de cara, sem pelo menos entrar em trabalho de parto.
E por que isso importa?
Porque para mim é essencial deixar o Pedro escolher o dia que ele quer vir ao mundo (se tudo estiver bem até lá, é claro). Eu vejo isso como o início de uma relação respeitosa com o meu pequeno, assim como tudo o que virá a seguir: os primeiros procedimentos com ele, o contato pele a pele comigo ou com o pai e a atmosfera de amor que queremos proporcionar na sua chegada.
Minha enfermeira obstetra falou algo que faz todo o sentido para mim. Quando vamos fazer uma viagem, de modo geral, pensamos em tudo com antecedência: o destino, as passagens, a hospedagem, o roteiro para os passeios, enfim, a gente faz todo um planejamento.
Por que com o parto, que é uma experiência incrível e que vai trazer ao mundo o seu bem mais precioso, seria diferente? Por que para a viagem mais emocionante das nossas vidas, muitas pessoas não fazem plano algum ou deixam para pensar sobre o assunto nas últimas semanas de gestação?
Por isso, meu primeiro passo foi buscar profissionais que pudessem me acolher na minha decisão. E, posso falar? Está sendo mágico. Tenho recebido muita informação valiosa sobre a gestação, o parto e os primeiros cuidados com o meu bebê, o que me deixa calma e tranquila para seguir semana a semana. Sem ansiedade e sem correria, sabendo lidar com os palpites e tendo cada vez mais clareza do que faz sentido para mim: me preparar para o grande encontro com o meu pequeno.
Continua…